sábado, fevereiro 27, 2010

Max Roach With The J.C. White Singers - Lift Every Voice And Sing

Max Roach é sempre motivo de assunto quando se trata de música. Sempre lembrado por participar em grandes mudanças como foi nos anos 40 quando batizaram a nova forma de tocar com o nome de uma composição de Dizzy Gillespie: Bebop. E esta mudança teve como núcleo, o ritmo. Mas Max Roach não parou de buscar novas linguagens em sua trajetória pela arte, chegando a ser criticado por companheiros músicos e midia especializada quando se envolveu com a juventude das ruas de New York no início dos anos 80, quando nascia o chamado Hiphop. Lá estava Max com sua bateria "falante" ao lado do pioneiro Fab Five Freddy e B-Boys no mesmo palco. Bem, são tantas histórias que não cabem neste simples blog.
Particularmente Max Roach tem um lugar especial em minha vida, pois o que me motivou a tocar bateria, foi sua influência, que não foi direta em primeira instância, pois o que me despertou foi o jeito de tocar, a sonoridade de Mitch Mitchell, o parceiro de Jimi Hendrix. Mitch não tocava apenas rock, tinha algo a mais ali e esse algo era sua fonte de inspiração. Com o tempo e muita audição de gravações comecei perceber a influência de Max em Mitch e também a influência de Elvin Jones. Iniciei uma pesquisa sobre a bateria, a música e trajetória de Max Roach descobrindo muito mais do que um exímio baterista de jazz. Descobrí um artísta de grande talento, brilhante compositor e líder, pesquisador, desbravador de novos territórios na arte sonora.
E aqui está uma de muitas descobertas sobre Max Roach: Lift Every Voice and Sing com o coral The J.C. White Singers. Também fazem parte desta obra o brilhante sax tenor de Billy Harper, que mesmo não tendo seu nome em evidência, faz parte do seleto grupo que alguns musicólogos chamam de primeira geração "pós-Coltrane", ao lado de Gary Bartz, Odean Pope, David Murray, entre outros. Também participa o trompetista e educador musical Cecil Bridgewater, que acompanhou Max ao lado de Odean Pope e Harper nas últimas decadas finais de sua carreira. O pianista George Cables, o baixista Eddie Mathias (que emprega o baixo elétrico à exemplo de Jymie Merrit nos anso 60) e o percussionista Ralph McDonald são nomes consagrados no meio musical por conta de seus talentos singulares. O coral formado por Ruby McClure, J.C. White, Dorothy White faz a diferença nesta gravação. É inevitável não se emocionar com o poder destas vozes entoando o hino tradicional evangélico Motherless Child e a composição dedicada aos pais Garden Of Prayer. As vozes tocam no profundo da alma. Outro destaque é o solo de Cecil Bridgewater em Let Thy People Go. Outra característica de Max Roach em sua arte é que ele sempre que possível, usou-a como veículo de expressão política, dedicando as músicas a pessoas como Marcus Garvey, Patrice E. Lumumba, Malcom X, Rev. Martin Luther King, etc.
Mesmo não tendo tanto destaque até no meio especializado, Lift Every Voice and Sing pode tranquilamente estar ao lado de A Love Supreme. Clique na foto da capa ou no título do post, que são o link de acesso ao arquivo.

sexta-feira, fevereiro 19, 2010

Murilo Antunes Alves (São Paulo, 24/08/1919 - São Paulo, 15/02/2010)

Me lembro da minha infância um programa de jornalismo que só o meu pai assistia, o Record em Notícias. Pudera, eu era uma garoto e não me atraia em nada aquela bancada de homens de terno e cabelos grisalhos falando sobre assuntos que não englobavam desenhos animados e outras coisas de criança. Fui crescendo e ouvia falar que aquele era o jornal dos dinossauros, jornal da tosse, por conta dos participantes serem veteranos do jornalismo brasileiro. O mais engraçado é que eu comecei assistir o jornal, junto com meu pai e independente de eu começar a ter alguma postura política e alguma noção disso, eu gostava do programa. Me soava coerente, tratava as notícias como um jornal deveria ser, com seriedade e exposição dos fatos sem enveredar nas opiniões pessoais de forma a prejudicar a informação. Bem, não me lembro se o negócio era direita, conservador ou coisa do gênero, que soa uma caricatura em roda de punks e "ativistas" políticos, rodas de cerveja com universitários, só me lembro que para mim era um bom programa de tv. Alguns anos atrás fiquei feliz em saber que o Murilo estava vivo e na ativa, ainda na mesma emissora. Sei lá, não tem explicação, eu sempre tive uma simpatia pelo Murilo, pô, o cara entrevistou o Bill Halley em 1958!
Murillo Antunes Alves nasceu em Itapetininga,
Formou-se na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, em 1943. Teve escritório de advocacia até 1961, em Brasília, especializando-se em direito esportivo. Integrou o Tribunal de Justiça Desportivo, e foi por mais de 40 anos, assessor jurídico da Federação Paulista de Futebol. Contratado pela Rádio São Paulo, em 1938, onde ficou por 4 anos. Inicialmente como locutor e depois, como comentarista esportivo, em parceria com Geraldo José de Almeida. Seu primeiro programa foi o Broadway Melody, de música americana. Em 1946 foi para a Rádio Bandeirantes, sendo o primeiro locutor esportivo da emissora. Posteriormente, trabalhou nas rádios Cultura, Gazeta e Tupi. Em 1946 foi contratado pela Rádio Bandeirantes como repórter, passando depois, para a Rádio Record ,em 1947, onde fez várias reportagens inclusive no exterior, e entrevistas com auditores e personalidades como:os políticos Adhemar de Barros,, Getúlio Vargas, e Janio Quadros, entre outros. E jornalistas, como Samuel Weiner. Cobriu acontecimentos importantes como as eleições italianas em 1948, o Ano Santo em 1949, no Vaticano, as eleições nos Estados Unidos em 1952, etc. Ganhou por sete vezes o prêmio Roquette Pinto, como melhor repórter do rádio. Começou sua carreira na TV Record, no dia 23 de setembro de1953, que foi o primeiro dia no ar, da TV Record, como encarregado da parte política do jornal da emissora, o “Última Edição”. Depois, o jornal "Record em Notícias", como editor chefe e diretor em 1989. Em 1953 foi o primeiro Chefe do Cerimonial da Assembléia Legislativa de São Paulo, onde se aposentou em 1985, como Diretor do Cerimonial e Relações Públicas. Em 1961 foi nomeado Oficial do Gabinete da Presidência da República, pelo presidente Janio Quadros. Entre 1971 e 1974 foi Chefe do Cerimonial do Governo do Estado de São Paulo, gestão de Laudo Natel. Exerceu mandado de vereador por São Paulo, até 31 de dezembro de1996, por dois anos e meio. E depois foi Chefe do Cerimonial da Câmara Municipal de São Paulo.

quinta-feira, fevereiro 18, 2010

Iceburn Collective

Eu tinha postado sobre o Iceburn no Farofa Moderna em 2008 e recentemente pediram para reativar o link. Creio que o Polar Bear Suite se encontra com facilidade na web, mas em todo caso fica aqui a republicação do post sobre o Iceburn e o título do post é o novo link de aceso ao arquivo.
O grupo Iceburn teve inicio em 1991 em Salt Lake City, Utah, Estados Unidos com o guitarrista, vocalista e compositor Gentry Densley. Se enquadrou no rótulo de math-rock (é o que dizem de bandas que se influenciaram no prog. do King Crimsom, com estruturas mais complexas que o rock independente oriundo do punk-rock e hardcore contemporâneo, com o mínimo ou sem vocais e letras). Acho um rótulo um tanto quanto vago, pois ao se fazer música, matemática está presente, quer queira ou não. Com o passar do tempo, o grupo que fundiu o punk, heavy metal, jazz e música erudita, se aproximou cada vez mais da improvisação do freejazz e incorporou mais membros ao chamado grupo, além do baixo elétrico, bateria e guitarras, como o contra-baixo acústico, clarinete-baixo, saxofone, percussão e fagote. O que me chamou a atenção ao Iceburn, foi ter sido lançado discos por uma gravadora de hardcore que tinha como evidência, bandas do segmento straightedge, uma filosofia radical contra as drogas e até a maioria aderiu ao vegetarianismo e veganismo. A maioria desses grupos tinha uma sonoridade simples, músicas rápidas, curtas e agressivas, como a maioria do conceito hardcore. O Iceburn até hoje não foi bem digerido pelo público de rock em geral, talvez por não se enquadrar facilmente a qualquer rótulo convencional, dividindo suas músicas em longas suites, incluindo poesia concreta na arte de cada cd, tornando o ilustrador e diagramador um membro do grupo. Na música no âmbito mais amplo, isso não é novidade, mas no meio do rock independente foi um grande diferencial que infelizmente passou quase desapercebido. Sonoramente falando, quem teve ouvidos mais atentos e despidos de pré-concepção de rock, pode desfrutar de momentos muito interessantes, criativos e prazerosos com a trajetória deste grupo. Enfim, o grupo se desfez em 2000 sob o nome de Iceburn Collective, sendo um dos mais criativos da chamada cena independente, onde figuram o Fugazi e Shellac.
O Iceburn Collective vinha desenvolvendo um interessante trabalho como foi registrado em uma de suas últimas gravações que foi publicado pelo seu próprio selo, o Iceburn Double Trio, que infelizmente está fora de catálogo.

sábado, janeiro 23, 2010

Bad Brains - demotape (1978)

O Bad Brains se tornou um ícone da música punk, principalmente por uma característica: era formado por quatro jamaicanos radicados em Washington DC e não abriam mão de incluir o reggae em meio ao som violento. Também era característica a performance do vocalista HR que podemos comparar com alguns momentos de Jello Biafra nos palcos. Depois de seu início com o característico som barranqueira, o Bad Brains evolui e até se assimilou mais com o thrash metal. Esta demotape tem um som horrível por conta da qualidade de gravação, mas já contém os grandes clássicos da banda como Supertouch e Regulator. O Bad Brains interrompeu suas atividades algumas vezes por conta do comportamento instável de HR, mas estão em plena atividade com sua famosa formação com HR, Dr. Know, Darryl Jenifer e Earl Hudson.
Mais informações no site oficial:

http://www.badbrains.com/
Clique no logo do Bad Brains ou no título do post para acessar o arquivo.

sábado, janeiro 16, 2010

Otomo Yoshihide's New Jazz Orchestra - Out To Lunch

Otomo Yoshihide é um grande talento no cenário da musica experimental, assim como a New Jazz Orchestra sob sua direção. Nasceu na cidade de Yokohama, Japão em 1959 e teve influências de seu pai que era engenheiro, começando a construir aparelhos eletrônicos, como rádio, oscilador de frequência e posteriormente a manipular o som com gravadores de fita magnética. Como guitarrista, tocou em grupos de rock e jazz e ouvia muito a música de Ornette Coleman, Erick Dolphy e Derek Bailey. Sob a influência do saxofonista Kaoru Abe e o guitarrista Masayuki Takayanagi, optou pelo free jazz. Nos anos 90 fundou o conjunto Ground Zero, que se enquadra como noise rock experimental, onde Yoshihide fez muito uso dos samplers. No fim dos anos 90 formou a Otomo Yoshihide's New Jazz Orchestra com bases no jazz tradicional, mas com as características do trabalho de Yoshihide. Entre os membros da OYNJO, se encontram grandes improvisadores como o trompetista Alex Dörner, o pianista Cor Fuhler e os saxfonistas Alfred Harth e Mats Gustafsson. Esta releitura da grande obra de Eric Dolphy, o Out To Lunch, a OYNJO foi muito feliz em sua execução e Yoshihide acrescentou sua própria composição no final da peça, entitulada de "Will Be Back", provavelmente se referindo a foto da capa original do disco de Dolphy, que é um close na porta de uma barbearia com o aviso numa placa.
Clique na foto da capa acima para acessar o arquivo, ou no título do post.

sexta-feira, janeiro 15, 2010

The Return Of The Living Dead Vinyl... Mas o assunto é outro!

Mais uma vez esta conversa sobre a volta da bolacha preta, uma gravadora que está reativando a única fábrica de lp's do Brasil e etc... Alguns disqueiros que se agrupam em sebos e lojas especializadas se iludem com a remota possibilidade do mercado de vinil voltar aos aureos tempos. Só Jesus Cristo para ressuscitar os mortos, mas creio que ele não está nem um pouco interessado neste tipo de moribundo. Calma, não tenho nada contra se o fetiche se focaliza agora nos discos, as pessoas tem o direito de se divertir com isso. Mas como eu já escreví antes aqui, só não me venham com as furadíssimas argumentações da suposta qualidade superior de gravação.
Este é um ponto ao qual eu quero me referir: O que está por trás destas questões? Não estou falando sobre detalhes tecnológicos e saudosismo, mas sobre a polêmica, a discussão em torno desses objetos.
Poucos são os que assumem a questão material mesmo do fetiche, de manusear o disco, contemplar a arte da capa(que nem sempre é lá grandes coisas), sempre tem alguém se auto-afirmando um audiófilo e dando desculpas constrangedoras sobre detalhes técnicos sobre amplitude, acústica e etc. Estas questões se repetem em vários ítens de consumo porque o ser humano continua o mesmo.
Existem pessoas que acumulam pilhas de dvd's de filmes, seriados, etc num ato compulsivo e nem percebem isso, muitos desses dvd's nem foram assistidos por completo. Muitas vezes são apenas um adjetivo de quantidade, do tipo: "Eu tenho a série ou temporada completa de tal coisa...", e nem percebem no que se tornaram, tanto que estas pessoas encontraram nos colecionadores de vinil o perfeito bode expiatório para se justificarem de seus problemas de consumo, dizendo que os colecionadores de vinil só pensam no dito cujo e que não gostam realmente de música e só querem se exibir com suas coleções. Algo parece familiar?
Tudo isso é um problema dos primórdios da humanidade. Para quem acha que e o tal do casal Adão e Eva são apenas uma ficção, então pelo menos usemos eles como exemplo prático de duas pessoas que erraram e se justificaram colocando a culpa no outro. Adão culpou Eva, que culpou o capeta em forma de serpente.
Outras pessoas tomam atitudes radicais como na bíblia, quando Jesus fala para arrancar o seu olho esquerdo se este o induz ao erro, pois é melhor perder um membro do corpo do que ele inteiro. Claro que isso é simbólico, se a pessoa não sabe beber e se descontrola e faz um monte de presepada, que não dê o primeiro trago. Jesus também conta uma parábola sobre um jovem rico que quer seguí-lo. Então Jesus pergunta sobre alguns ítens aos quais o jovem já pratica. Por fim ele diz ao jovem para pegar sua fortuna inteira e doe aos pobres e o siga. O jovem se entristeceu com a parada e parece que ficou por alí mesmo com sua bufunfa. Mais uma vez a simbologia entra em ação: Jesus não disse para ele fazer isso literalmente e sim que ele não desse mais tamanha importância ao dinheiro em sua vida, que fosse mais generoso, caridoso e desapegado aos bens materiais.
Agora falo apenas por mim: Meu crescimento espiritual e transformação não depende do fato de eu desfazer da minha coleção de discos de vinil, pois eu não pretendo fazê-lo, simplesmente porque a minha coleção ocupa apenas um armário e principalmente os últimos lugares da vasta lista de prioridades em minha breve vida nesta terra.

ps.: como diz o ditado popular, não é o habito que faz o monge(ou, não é u terno que faz um evangélico), isto é, tudo depende da mudança interior.

quarta-feira, janeiro 13, 2010

Gabriel Orozco

Título: Four Bicycles (There Is Always One Direction) - 1994
* mais informações aqui

terça-feira, janeiro 05, 2010

David Murray Octet

Aqui temos alguns dos melhores músicos de uma geração da música ousada, conhecida pela Associação para o avanço de músicos criativos (AACM), que tem como nomes bem conhecidos, os membros do Art Ensemble Of Chicago e Anthony Braxton, entre tantos. David Murray é o que podemos chamar de herdeiro da geração de Coltrane e Ayler, com suas raízes fundamentadas no rhythm'n'blues, spirituals e gospel music. Murray também participou de um dos melhores grupos de música ao lado do ROVA saxophone quartet, o World Saxophone Quartet, com Julius Hemphill, Hamiet Bluiett e Oliver Lake em sua foramação original em 1977. Ajudou a manter em atividade a continuação dos caminhos abertos por Cecil Taylor, Ornette, Trane e Ayler nos tempos difíceis dos anos 70, onde não havia lugares para os músicos mais ousados se apresentarem, a não ser os porões e sótãos, como o estúdio Rivbea de Sam Rivers.
Na gravação do disco Ming, Murray conta com a participação de Henry Threadgill no saxofone alto, que é um grande compositor e arranjador em plena atividade; Olu Dara no trompete também tem trabalho direcionado ao blues; Lawrence "Butch" Morris no cornet é maestro condutor, arranjador, compositor e aqui ele mostra seu talento como instrumentista; George Lewis no trombone é um dos maiores improvisadores de seu instrumento e continua inovando em sua arte; Anthony Davis no piano é compositor ligado a AACM e está ligado a area de ensino, como a YALE University e a University of California San Diego; Wilbur Morris no baixo foi um dos principais entre os músicos como Pharoah Sanders, Sonny Simmons, Alan Silva, Joe McPhee, Horace Tapscott, Butch Morris, Arthur Blythe, Charles Gayle, William Parker, etc e Steve McCall na bateria foi um dos fundadores da AACM, fez parte do trio AIR ao lado de Threadgill e o baixista Fred Hopkins. clique na foto acima ou o título do post para acessar o link.

Flauta subcontrabaixo



Por enquanto, este video acima mostra a maior flauta do mundo, fabricada por Kotato & Fukushima e tocada por Stefan Keller no Hara Museum of Contemporary Art, Tokyo, Japão.

sexta-feira, dezembro 18, 2009

Token Entry - Ready Or Not Here We Come 7" (1985)

Uma das melhores bandas de New York dos anos 80. Este compacto ainda contava com o primeiro vocalista, o Anthony Comunale, que foi para o Raw Deal que mudou o nome para Killing Time. A capa foi desenhada pelo baterista Ernie que era responsável pela arte da banda. Apesar da baixa qualidade da gravação, vale a pena conferir as versões originais que depois fizeram parte de seu primeiro lp, o From Beneath The Streets de 1987, já com Tim Chunks como vocalista definitivo. O Token Entry tinha aquela característica do chamado New York Hard Core, um som mais duro e pesado, como o Agnostic Front, Cro-Mags, que tem uma sonoridade mais voltada ao heavy metal. Mas outros grupos como o Murphy's Law já misturavam sonoridade de ska, reggae e rap (inclusive o falecido baixista Chuck Valle do Murphy's Law foi engenheiro de som no disco de LL Cool J) e o Token Entry tinha um pouco de rap no estilo de cantar de Tim Chunks, além de momentos mais melódicos e a forte ligação com o skate. No último disco da banda, o The Weight Of The World, a sonoridade mudou bastante, sendo até criticado como uma mediocre banda de funk'o'metal, mas isso veio de fãs radicais do estilo hardcore. Ruim mesmo foi a banda que Ernie formou, o Black Train Jack que teve seu disco lançado aqui no Brasil e até eu comprei o disco. Tinha uma faixa que o Ernie cantava e lembra o Token Entry, mas o resto, sinto muito. Tem uma versão de One Love de Bob Marley que é simplesmente horrível de doer. Mas o Token Entry foi realmente uma das melhores bandas de hardcore de New York e uma bela trilha sonora para as street sessions de skate. Clique no título do post ou na imagem para acessar o arquivo.

quinta-feira, dezembro 17, 2009

Napalm Death - a trilha sonora do fim do mundo I

O Napalm Death realmente tem sua importância na música com seu estilo agressivo. Não dá para afirmar que eles criaram sozinhos o grindcore, pois na maioria dos casos em que algo novo é criado na música em geral, isso acontece simultaneamente em várias partes do mundo e geralmente quem recebe o crédito é quem consegue publicar, registrar seu trabalho.
Esta fita k-7 de demonstração foi gravada em 1985, ainda não tinha o formato consagrado anos depois com os discos Scum e From Enslavement To Obliteration com a famosa dupla Lee Dorrian e Mick Harris(baterista que fez parceria com John Zorn). Na verdade parece com muitas das bandas de hardcore punk inglesas e da Escandinavia, no melhor estilo gravação horrível. Vale a pena conferir os primórdios barranqueiros da banda que acelerou o BPM da música. Clique na foto ou no título do post para acessar.
p.s.: A capa acima é a suposta demotape intitulada de Punk Is A Rotting Corpse de 1982. Muitos afirmam que na verdade é outra banda que fazia parte das primeiras coletâneas que o Napalm Death participou. Em todo caso, clique na foto ou no link e confira: http://www.mediafire.com/file/ywarzmfncdj/ND - PIARC.rar

quarta-feira, dezembro 16, 2009

Kalaparusha Maurice McIntyre

Maurice McIntyre está entre os que eu chamo de sacerdotes musicais, como foi Albert Ayler, Frank Wright e prossegue ainda com Pharoah Sanders, David Murray e Charles Gayle, que entregam seu louvor à Deus através de sua música de forma livre. O título do disco já diz do que se trata, nos saudando com a paz e as bençãos do Criador em forma de música com suas raízes africanas e a música desenvolvida pelas gerações anteriores no território norte-americano. Peace and Blessings foi gravado em 1979 e conta com McIntyre no saxofone tenor, flauta, clarinete em Bb e baixo e percussão, Longineu Parsons no trompete, flugelhorn, flauta, Leonard Jones no baixo e King I Mock na bateria. No título do post e na foto da capa se tem acesso ao arquivo.

Pagan Babies, Philly hardcore



Me lembro que à mais de 15 anos atrás, eu estava na galeria do rock e passei em uma loja de discos, que não tinha nada em especial, as prateleiras não tinham coisas tão incomuns a não ser por um que me chamou a atenção. O disco em questão tinha uma capa com desenho típico do grafitti estilo hiphop feito com caneta hidrográfica: Pagan Babies, Next. Logo ví que se tratava de uma banda de hardcore, conhecia a gravadora Hawker records que era especializada no estilo. Resolví levar apostando que iria gostar, pois não dava pra ouvir o disco na loja. Geralmente disco importado, o lojista acha que tem de ser mais caro, sendo que na maioria esmagadora das vezes, ele nem pagou pela taxa de importação porque não o comprou lá fora ou o disco é de segunda mão. Ainda mais se for disco de hardcore, que é de gravadora independente e possui o preço menor em relação aos de grandes gravadoras. O disco do Pagan Babies pertenceu à um membro da revista Rock Brigade que fez a resenha, que provavelmente não entendeu a proposta musical, pois a resenha tinha poucas linhas com comentários nem um pouco empolgados. Como a revista na época era muito restrita ao heavy metal, não agradaria os editores e público dela.
Quando ouví o disco gostei na hora, tinha algo em comum com outra banda que gostava, o Token Entry, tanto que era a mesma gravadora e ambas se conheciam. Digamos que o Pagan Babies era um primo da Philadelphia do Token Entry. O disco tinha duas versões de músicas mais antigas: Beyond The Fringe do Lime Spiders e The Bitch do Slaughter & The Dogs que está no video acima.

terça-feira, dezembro 15, 2009

Sunny Murray at MOERS Festival (1979)

Mesmo estando praticamente exilado na Europa a decadas, não por questões judiciais, mas por questões políticas, de cidadania, pois se estivesse permanecido em seu país, estaria numa situação humilhante, como esteve em meados dos anos 60, a ponto de seu apartamento não possuir maçaneta na porta e muito menos móveis. Sunny é um sobrevivente entre os pioneiros da libertação musical dos anos 60, ao lado de Ornette Coleman e Cecil Taylor. Quase foi o substituto de Elvin Jones na chamada última fase de John Coltrane. Recusou o convite diante do testemunho de Cecil taylor e Anthony Braxton, por conta de sua grande amizade com Elvin.
Sunny desenvolveu a nova linguagem da percussão para um caminho mais livre, que não se prendia aos estatutos convencionais de ritmo. A bateria passou a ser um elemento de textura sonora, mais uma peça elementar nas peças de improvisação.
Nesta gravação de 79 no famoso festival na Alemanha em sua oitava edição, Sunny se apresenta com seu trio formado pelo saxofonista David Murray, o baixista Malachi Favors, conhecido pela sua longa associação com o Art Ensemble Of Chicago e a AACM e o percussionista senegalês Cheikh Tidiane Fall nas congas, que já tocou com Archie Schepp, Dexter Gordon, Herbie Hanckok, Abeey Lincoln, Art Ensemble of Chicago, Pharoa Sanders, Teddy Edwards, Steve Lacy, entre outros.
clique na foto para acessar

segunda-feira, dezembro 14, 2009

Cryptic Slaughter: Bel Air, California (21/06/1986)



O Cryptic Slaughter foi formado em 1984 por Les Evans, Scott Peterson e Adam Scott com idades entre 14 e 17 anos. Em 1986 com Bill Crooks na voz principal, Les Evans na guitarra, Rob Nicholson no baixo e vocal de apoio e Scott Peterson na bateria, lançaram o lp Convicted que se tornou um clássico do hardcore e do crossover. Na época não havia se consolidado o grindcore, tendo como seus maiores representantes o Napalm Death, (que inspirou John Zorn a formar o Naked City) o Carcass, que lançariam seus discos de estréia no ano seguinte: Scum(1987) do Napalm Death e Reek Of Putrefaction(1988), do Carcass e o Sore Throat que foi formado em 1987. Não haviam bandas de hardcore, punk e thrash metal que tocassem tão rápido quanto o Cryptic Slaughter.

sábado, dezembro 12, 2009

Iceburn

O Iceburn esteve no meio controverso do hardcore, gravou alguns discos pelo selo símbolo da facção straight-edge, a Victory records, com sua estética e idealismo um tanto duvidosos e principalmente a Revelation records, ligada ao ex-vocalista de um dos pioneiros grupos a levantar a bandeira da ideologia, o Youth Of Today.
A sonoridade do Iceburn foi evoluindo, deixando aos poucos a formação mais corriqueira de baixo elétrico, bateria e guitarra e alguns momentos com poesia cantada para o instrumental, adição de instrumentos de percussão e sopro em longas sessões de improvisação e distorções sonoras.
Não digo que o Iceburn foi um grupo de Freejazz ou coisa parecida, mas tinha ligação com o que costumam chamar de Jazz. Seus membros tinham como uma de suas influências e com o passar do tempo sua estética se assemelhou em muito ao Freejazz. É aquela visão curta de que basta um grupo instrumental possuir um instrumento de sopro e logo chamam de jazz.
Mas o Iceburn, independente destes inúteis rótulos, foi um grupo muito interessante em atividade nos anos 90, dando um novo espectro dentro do rock das novas gerações após a ruptura de padrões desencadeadas pelo punk-rock.
Deixo aqui algumas faixas de um de seus últimos trabalhos o disco independente entitulado de Speed Of Light / Voice Of Thunder(1999), sob o nome de ICEBURN DOUBLE TRIO. Infelizmente eu vinha extraindo o disco faixa por faixa no Soulseek e antes de completar 1/3 do disco, o arquivo saiu da rede. É lamentável pois é um dos melhores trabalhos do grupo e tal gravação se encontra fora de catálogo.
Clique no link para acesso ao arquivo:

http://www.mediafire.com/?c4jezv0txfk


Afinal, o que é arte?

Bem, esta pergunta eu creio que já tem resposta, embora muitos prefiram fazer suas próprias conjecturas sobre o que se pode ser considerado arte. As definições mais comuns de se encontrar por ai, giram em torno de definições como esta:
"
A arte é uma criação humana com valores estéticos (beleza, equilíbrio, harmonia, revolta) que sintetizam as suas emoções, sua história, seus sentimentos e a sua cultura. É um conjunto de procedimentos utilizados para realizar obras, e no qual aplicamos nossos conhecimentos. Apresenta-se sob variadas formas como: a plástica, a música, a escultura, o cinema, o teatro, a dança, a arquitetura etc. Pode ser vista ou percebida pelo homem de três maneiras: visualizadas, ouvidas ou mistas (audiovisuais). Atualmente alguns tipos de arte permitem que o apreciador participe da obra. O artista precisa da arte e da técnica para se comunicar."
Ernst Gombrich, famoso historiador de arte, afirmou que nada existe realmente a que se possa dar o nome de Arte. Existem somente artistas. Arte é um fenômeno cultural. Regras absolutas sobre arte não sobrevivem ao tempo, mas em cada época, diferentes grupos (ou cada indivíduo) escolhem como devem compreender esse fenômeno.


A definição de arte varia de acordo com a época e a cultura. Pode ser separada ou não em arte rupestre, como é entendida hoje na civilização ocidental, do artesanato, da ciência, da religião e da técnica no sentido tecnológico. Assim, entre os povos ditos primitivos, a arte, a religião e a ciência estavam juntas na figura do xamã, que era artista (músico, ator, poeta, etc.), sacerdote e médico. Originalmente, a arte poderia ser entendida como o produto ou processo em que o conhecimento é usado para realizar determinadas habilidades. Este era o sentido que os gregos, na época clássica (século V a.C.), entendiam a arte: não existia a palavra arte no sentido que empregamos hoje, e sim "tekné", da qual originou-se a palavra "técnica" nas línguas neo-latinas. Para eles, havia a arte, ou técnica, de se fazer esculturas, pinturas, sapatos ou navios. Neste sentido, é a acepção ainda hoje usada no termo artes marciais. No sentido moderno, também podemos incluir o termo arte como a atividade artística ou o produto da atividade artística. Tradicionalmente, o termo arte foi utilizado para se referir a qualquer perícia ou maestria, um conceito que terminou durante o período romântico, quando arte passou a ser visto como "uma faculdade especial da mente humana para ser classificada no meio da religião e da ciência".

O que me estimulou a escrever este post foi uma discussão sobre a arte com um amigo e discordamos em alguns pontos do que se define o que é arte. Eu estava apenas concordando com o que podemos chamar de "versão oficial" das várias definições e que muitas delas acabam por defender os interesses próprios de quem acredita. Devido a perniciosidade dos tempos modernos, qualquer coisa pode ser arte, de peças publicitárias à meros produtos de consumo.
Então eu exemplifiquei como o texto logo acima que fala sobre técnica, habilidade e disse que o AK-47 (Avtomat Kalashnikova odraztzia 1947 goda - Arma Automática de Kalashnikov modelo de 1947, é um fuzil/espingarda de assalto de calibre 7,62 x 39 mm criado em 1947 por Mikhail Kalashnikov e produzido na União Soviética pela indústria estatal IZH), pode ser considerado uma obra de arte, independente do fato de ser um instrumento bélico.
Bem, tudo isso é vaidade, um verdadeiro enfado da existência humana e deixar solta a tampa do saleiro do bar é classificado como fazer arte...

terça-feira, dezembro 08, 2009

Ken Vandermark

Quem tem acompanhado o cenário musical instrumental nestes últimos 20 anos, já deparou várias vezes em 2 nomes no que se diz em relação à inovação e criatividade: John Zorn e Ken Vandermark. Vandermark especializou seu espectro musical usando como ponto de partida o que chamam de Jazz. Mas seu repertório inclui outras áreas de seus gostos pessoais, como o funk, o reggae, o rock, etc., como podemos constatar em seus trabalhos envolvendo artístas destas áreas.
A gravação Design In Time foi lançada à 10 anos e conta com a formação de um sopro e duas baterias, dando um novo horizonte ao que ficou conhecido através de Coltrane/Ali e entre tantos outros, como Shelly Manne e Coleman Hawkins em sua gravação do album 2, 3, 4 pela Impulse de 1962. Robert Barry é o baterista original da Arkestra de Sun Ra e ainda está na ativa, tocando com grandes músicos como Fred Anderson, Kidd Jordan e Hamid Drake. Tim Mulvena fez parte do Vandermark 5 e foi para o The Eternals.
Muito interessante a junção de bateristas de gerações diferentes, que se complementam harmoniosamente ao amplo discurso de Vandermark. Design In Time tem 4 originais compostos por Ken, ao lado de classicos da música instrumental em sua forma mais inovadora:
1. Law Years (Ornette Coleman)
2. Sounds And Something Else (Sun Ra)
3. One More Once (Ken Vandermark)
4. Well Suited (Ken Vandermark)
5. Cut To Fit (Ken Vandermark)
6. Angels (Alber Ayler)
7. Feet Music (Ornette Coleman)
8. The Thing (Don Cherry)
9. Top Shelf (Ken Vandermark)
10. Green Chimneys (Thelonious Monk)
11. Peace (Ornette Coleman)

quinta-feira, dezembro 03, 2009

Circle Jerks

O Circle Jerks é uma das minhas bandas preferidas do hardcore punk. Certamente o seu disco Wild In The Streets é um dos melhores do estilo musical e fez parte de muitas sessões de skate nas ruas: "Wild! Wild! Wild!... running wild in the streets!". Seus membros fazem parte muito importante do punk norte americano, o vocalista Keith Morris também fez parte do Black Flag e o guitarrista Greg Hetson no Bad Religion, que apesar de ser muito criticado no meio, não deixa de ser uma banda importante e original, levando as raízes da música caipira norte americana para uma visão contemporânea do punk rock. O Circle Jerks exala as raízes do rock'n'roll nos acordes simples e as frases típicas dos tempos do Chuck Berry, mas só que com a agressividade e velocidade dos tempos conflituosos do hardcore nos anos 80.
A música "Golden Shower of Hits (Jerks on 45)" é um medley de seis músicas contando a história de um casal que se conhece, se apaixona, tem uma gravidez não planejada, conflitos de casamento e o divórcio. As músicas originalmente são:
"Along Comes Mary" by The Association;
"Close to You" by The Carpenters;
"Afternoon Delight" by Starland Vocal Band;
"Having My Baby" by Paul Anka and Odia Coates;
"Love Will Keep Us Together" by Captain & Tennille;
"D-I-V-O-R-C-E" by Tammy Wynette.
As músicas "Coup d'État" e "When the Shit Hits the Fan" fizeram parte da trilha sonora daquele estranhíssimo filme de 84, o Repoman, sobre um cara que trabalhava como cobrador de empréstimos e geralmente ia na casa do devedor e tomava-lhe o veículo mesmo sem o seu consentimento. Quem fazia o papel principal era Emilio Estevez e o ambiente era no meio da juventude punk, mas a história progride para para um enredo absurdo envolvendo alienígenas.
Clique na imagem da capa que é o link para acesso do arquivo.

sábado, novembro 28, 2009

O novo hit do verão e a responsabilidade social


A nova propaganda do referesco em pó Tang trás o novo hit do verão: Preparou bebeu, faz. É uma das melhores músicas feitas ultimamente no Brasil, independente de ser apenas um jingle direcionado ao público infantil. Não meus caros, a canção do momento não veio do reduto axé e muito menos de uma roda de artístas numa mesa de bar e de acordes complexos da bossa. Seria maravilhoso se esta canção tivesse surgido num playground ou intervalo de aulas na escola, mas provavelmente foi minuciosamente composta por uma equipe especializada em jingles publicitários, onde tudo é calculado para dar certo em termos mercadológicos, todo o tipo de referência para fácil assimilação do público. Bem, isto realmente não importa. O caso é que quando eu assisti esta propaganda na tv aberta, a música desceu suave, agradável, ou seja, gostei no ato e senti que era a melhor coisa que tinha ouvido em termos de música nacional nestes últimos tempos. Enquanto a massa se emociona com as canções falando de sofrimento de amor, de baixarias e outras coisas, uma simples canção de propaganda de suco em pó faz mais efeito do que anos e anos de "potresto" punk. A música fala em preservar o planeta terra, o eco sistema, usar a água potável de forma racional, de reciclar os materiais. Afinal agora que a coisa tá feia e já tá meio tarde para evitar os grandes estragos da intransigência da indústria de consumo, as pessoas estão com esse papo de auto sustentável e etc. O que eu notei, mesmo com o lado extremamente correto e positivo de ensinar as crianças desde cedo sobre este tipo de coisa, isso me caiu como uma certa ironia. Explico. Tão jogando esta responsa as costas da criançada que não tem culpa de seus pais serem um bando de porcalhões poluidores e desperdiçadores. Pois é, talvez muitos ainda não tenham consciência, mas mesmo assim são as crianças que vão ter que arcar com esse pepino.

sábado, novembro 14, 2009

DxRxIx - Crossover (1987)

Muitos podem discordar, achar isso uma porcaria que só, mas outros muitos acham que é um clássico(esse troço de clássico não é uma coisa saudável para o entendimento cultural). Vamos nos abster dos gostos pessoais, opiniões tão particulares que só pelo fato de se juntarem em um contingente coletivo, não traduzem a verdade do que é de fato. Se o gosto por gênero musical, por denominação mercadológica ou gosto estético é o que predomina em seus ouvidos, mente e sentimento, este blog não é o lugar certo, pois como podem ver ao longo das postagens do Sonorica, mesmo sendo abordados assuntos de interesse pessoal meu, não me prendo à um gênero específico e principalmente na música, onde é costumeiro o ajuntamento tribal, onde certos estilos musicais não podem conviver pacificamente. Compartilho da mesma opinião de John Zorn, que não coloca diferença de valores entre Napalm Death e Ornette Coleman que desenvolveu o conceito harmolódico, onde as notas musicais, tom, rítmo tem o mesmo valor dentro da composição.
Vamos ao assunto do post enfim. O grupo Dirty Rotten Imbeciles é um nome importante do chamado hardcore norte americano e ficou conhecido no início dos anos 80, principalmente pela sua gravação Dealing With It!, lançado anteriormente ao Crossover. Dealing With It! já desenhava uma forma que se consolidou no disco seguinte, que inclusive seu título se transformou na denominação oficial de um estilo musical. Da mesma maneira que o nome da composição de Dizzy Gillespie se tornou o nome de um estilo musical, o Bebop, assim foi com o título da gravação de Ornette Coleman e seus 2 quartetos improvisando sobre certos temas pré-estabelecidos de forma mais livre, o Free Jazz, foi assim com a gravação do DxRxIx com o Crossover, que se tornou referência da junção do hardcore punk com o heavy metal.
Crossover mantém as características do hardcore, com musicas em tempo mais acelerado e de curta duração, chegando no máximo de 5 minutos de duração, tempo sufuciente para passar sua mensagem e também para apreciar sua construção de rítimo, melodia e harmonia. O estilo crossover se diferenciou pelo esmero instrumental que o punk tinha abandonado em retaliação dos excessos de virtuose dos grupos de rock nos anos 70. De início a idéia teve seus benefícios, mas acabou se tornando um enfado sonoro, como foi depois com o funk'o'metal, que foi perseguido implacavelmente pelos Matthew Hopkins da música.
Na época de Crossover, o Dirty Rotten Imbeciles contava com Spike Cassidy na guitarra, Kurt Brecht nos vocais, Felix Griffin na bateria e Josh Pappé no baixo, entre 1986 me 1987, época da gravação.

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Frank Lowe - Fresh (1975)

Frank Lowe (24/06/1943 - 19/09/2003), fez parte da chamada segunda geração do Freejazz nos EUA. Ficou conhecido pelas suas associações com o baterista Rashied Ali. Em sua mocidade, estudou com Packy Axton, proprietário da famosa gravadora de soul, a Stax, onde trabalhou por um tempo até se envolver com o cenário do Freejazz em San Fransico, incentivado por Sonny Simmons e Donald Rafael Garret. Em New York seu primeiro trabalho foi com Sun Ra e sua Arkestra, onde tocou por 2 anos e depois teve a chance de trabalhar com a esposa de seu ídolo John Coltrane, a pianista Alice Coltrane. Sua primeira gravação como líder foi pela ESP disk, o disco Black Beings que teve a estréia do baixista William Parker na gravações. Também trabalhou com o trompetista Don Cherry o qual convidou Lowe para participar da trilha sonora do filme The Holy Mountain de Alejandro Jodorowsky, em 1973. Em 2003 sucumbiu ao cancer.
Fresh foi gravado em 1975 em New York e uma faixa, a Chu´s Blues em 1974, acompanhado do The Memphis Four. Também participam do disco, o trompetista Lester Bowie e seu irmão o trombonista Joseph Bowie, Abdul Wadud no cello, os bateristas Steve Reid e Charles Bobo Shaw e Selene Fung no cheng. Maravilhosas versões para originais de Thelonious Monk, Epistrophy e Misterioso.

Lembrando que minha conta no mediafire foi bloqueada por violação de direitos autorais, mas no final de tudo se trata do vil dinheiro, como se o Sonorica estivesse lucrando com isso. Quem tiver interesse, mande uma mensagem, podemos refazer o link. Obrigado

Remembering that my account was blocked by mediafire copyright infringement, but in the end it's all about the vile money, as if the Sonorica was profiting from it. Those interested, send a message, we can redo the link. thank you

sábado, novembro 07, 2009

The John Betsch Society - Earth Blossom (1974)





















John Betsch nasceu em 08/10/1945, Jacksonville, Florida e estudou na Fisk University, Berklee College Of Music e University Of Massachusets-Amherst. Tocou com Max Roach, Marion Brown, Henry Threadgill, Archie Shepp, Billy Bang, Marilyn Crispell, Mal Waldron, Peter Kowald, Charles Gayle e Steve Lacy.
Betsch é um grande baterista, de técnica refinada e tive o prazer de conhecê-lo quando esteve tocando em São Paulo. A primeira apresentação foi no Instituto Moreira Salles, depois no Sesc unidade da av. Paulista e no auditório da biblioteca Alceu Amoroso Lima em Pinheiros.
O primeiro registro fonográfico sob seu nome foi lançado pelo selo do trompetista Charles Tolliver, Strata-East, entitulado de Earth Blossom em 1975 e conta com a participação de Billy Puett na flauta e saxofone, Jim Bridges na guitarra, Bob Holmes no piano e percussão, Ed "Lump" Williams no baixo e Phil Royster nas congas e percussão.


Clique no link abaixo para o arquivo:


http://www.mediafire.com/file/mymkuznmzrr/TheJhnBtschSct - ErthBlssm.rar

sexta-feira, novembro 06, 2009

Aqua Teen Hunger Force & Space Ghost: Baffler Meal


Este episódio de um dos melhores programas de tv que existiram, sim, o Space Ghost Coast To Coast que foi a última gravação do guitarrista pioneiro do Freejazz, Sonny Sharrock, que fez a trilha de abertura. Contém a provável estréia do Aqua Teen Hunger Force, que era formado por um saquinho de batatas fritas em foprmato fastfood, um copo de milkshake e uma almondega. O Aqua Teen era veiculado no pacote Adult Swin. E ainda tem aparticipação de Willie Nelson no talkshow.

sexta-feira, outubro 30, 2009

Adrenalin O.D., Sunny Murray, enfim, o que é de gosto, é regalo da vida!



Apresentação do grupo Adrenalin O.D., um dos importantes nomes do chamado American Hardcore, que teve um cenário intenso da costa leste à oeste nos EUA e este video foi gravado em 1985 no famoso CBGB's com as músicas: Office Buildings, Rock n'Roll Gas Station, The Answer e Yuppie.
Sunny Murray, John Edwards, Tony Bevan em uma apresentação no Vortex 01/09/2009.

quarta-feira, outubro 28, 2009

Sirone (Norris Jones) 28/09/1940 - 21/10/2009

Sirone nasceu em Atlanta na Georgia, USA e tocou com artístas do R&B como Sam Cooke e Smokey Robinson. Depois mudou-se para New York nos anos 60 onde fundou com o pianista Dave Burrell o Untraditional Jazz Improvisational Team e tocou também com Ornette Coleman, Pharoah Sanders, Marion Brown, Gato Barbieri, Cecil Taylor, Dewey Redman, Charles Gayle, Frank Lowe, Billy Bang, James Blood Ulmer e seu grupo Phalanx e com o violinista Leroy Jenkins e Frank Clayton, depois substituído por Jerome Cooper fundaram o Revolutionary Ensemble em 1971. Sirone apareceu no filme Rising Tones Cross de Ebba Jahn em 1985, que é um documentário sobre o cenário do Free Jazz em New York.
A partir de 2000 começou a tocar guitarra como no disco Life Of The Party do saxofonista Joe Johnson, em 2005. A última gravação de Sirone está registrada como guitarrista no disco de Joe Johnson, The After Party de 2008.

clique no link abaixo:
discografia de Sirone

terça-feira, outubro 27, 2009

Smile - The Beach Boys (1967)

Eu nunca tive interesse pelo Beach Boys por conta do hit Surfin' U.S.A. e aquelas vocalizações melodiosas e o estereótipo equivocado sobre eles. Mas quando estive na casa de um amigo e assisti o dvd Smile do Brian Wilson, tudo mudou. Eu sempre ouvia falarem de Brian Wilson como um louco psicótico e tudo mais. Não ví nada disso e sim uma pessoa extremamente sensível, que queria dar o seu melhor através da música. Brian ao compor a música Prayer, queria que as pessoas ao ouvirem ela, falassem com Deus. Também ví a difícil trajetória do grupo, do pais dos Wilson que era violento e extremamente problemático. A falta de apoio dos membros do Beach Boys em relação ao grandioso projeto que Brian idealizou sozinho em sua concepção. Os outros membros só queriam continuar famosos falando do sol da California. Se o Smile tivesse saído na época em que deveria, a música teria mudado de rumo. Me desculpem os beatlemaníacos, mas ficaria pequeno para o Sgt. Peppers and Lonely Hearts Club Band, pois o Smile não contou com a colaboração de George Martin, tudo foi idéia de Brian, toda a concepção e as composições. Até os Beatles de uma certa forma temiam os próximos passos de Brian Wilson, mas isso em forma de admiração e respeito. O disco Pet Sounds teve grande influência sobre o disco Sgt. Peppers. Foram lançadas posteriormente 3 versões do Smile, com outakes e extras de forma incompleta como fora concebido, mas a versão de Brian Wilson em 2004 é a definitiva. Mesmo com a voz limitada de Wilson devido os tempos de inatividade musical e saúde, é um disco fantástico.
Mas o melhor desta história é que Brian conseguiu se recuperar, concluir seu maravilhoso projeto e voltou a viver.

*ps.: a música Surf's Up não tem nada haver com o surf, fala de algo muito mais profundo...

Clique nos links abaixo para acessar os arquivos:

-Smile Unreleased album 1967:
http://www.mediafire.com/?4timitnlm5z

-Smile Research Labs:
http://www.mediafire.com/?myq5og3acfm
 
 
Studio Ghibli Brasil