segunda-feira, janeiro 16, 2006

Monk e Trane

No final de 2005, foram descobertas gravações de Thelonious Monk e John Coltrane, que mantiveram uma parceria num curto período, entre a saída de Trane do grupo de Miles Davis e seu regresso. Não há como negar a importancia deste período, o qual ajudou Trane a desenvolver mais seu estilo, devido a complexidade das composições de Monk. É ótimo que estas gravações estejam disponíveis. Mas tenho uma observação a fazer sobre como isto foi abordado na imprensa especializada.
Estamos ainda no final do século passado? Parece que sim, devido ao jeito que isso é tratado. Ou o lançamento em DVD de uma apresentação de Miles nos anos 70. Enquanto isso, um cenário ativo, composto de gente nova e veterana, luta heróicamente para manter a musica viva. Seja na Europa ou América do Norte. Ironico é que mesmo com a Web dispondo tudo em tempo real, nossa mídia insiste em transformar a música em peça de museu, congelada em fotos de Francis Wolf e design de Reid Miles, responsáveis pelo visual da Blue Note nos anos 50. Ou matérias de "medalhões do jazz"(que horror...) que já não oferecem algo diferente à décadas. No máximo, matérias e resenhas copiadas de publicações estrangeiras, sem questionar sua importancia, só porque tem destaque comercial. Aí é que dão com os burros n'água, pois a musica que tinha como característica a improvisação, o inesperado, o movimento, a novidade, se perdem. Lembrei do finado Cazuza, que dizia que via o futuro repetindo o passado e o museu é que tem grandes novidades... o tempo não para, não, não para.

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