sexta-feira, dezembro 30, 2011
Sam Rivers (25/09/1923 – 26/12/2011)
Não vou me estender sobre sua trajetória, pois tudo não está registrado em publicações na world wide web, gravações, videos, livros e revistas? Basta ter um mínimo de interesse e poderá encontrar informação suficiente sobre Sam Rivers e sua música, basta querer...
Não há mais motivos para tristeza, Sam Rivers desfrutou de sua breve vida, mesmo que sejam longos 88 anos, o que são 88 anos perante a eternidade? Sam Rivers aproveitou todo seu fôlego de vida e fez com amor o que lhe foi dado por Deus, o talento musical. Não ficou inerte esperando que seu talento se manifestasse por sí só, trabalhou, plantou, cuidou e colheu seus doces frutos, com o suor de seu rosto. Não posso me despedir de Sam Rivers, pois ele não pode mais me ouvir, mas agradeço à Deus por Sam Rivers ter nascido 50 anos antes de mim e ter deixado sua música para meus ouvidos.
http://www.rivbea.com/
sábado, dezembro 24, 2011
Downtown no Gaki no Tsukai ya Arahende!!
Downtown é uma dupla de comediantes formada em 1982, de Amagasaki, região de Osaka, que também é bastante conhecida pelos seus comediantes e humor característico. O Batsu game é um jogo em que há uma regra estabelecida e no caso dos videos que estão neste post, é proibido rir em qualquer circunstância e o jogador está sujeito a uma punição. No caso os três participantes passam 24 horas em uma academia de polícia onde passam por diversas situações para induzí-los ao riso e são monitorados em todo o tempo.
sábado, dezembro 17, 2011
The Vandermark 5 – The Horse Jumps And The Ship Is Gone (2010)
Me lembro do primeiro contato que tive com o The Vandermark 5, foi em 1998, quando trabalhava numa pequena loja de cd's no centro de São Paulo, onde eu fazia os pedidos para a importadora e me deparei com um catálogo coletivo de vários pequenos selos de rock independente e algo experimental. Alí estava o anúncio de Single Piece Flow, o primeiro disco do V5 e a descrição falava de um renovo no free jazz norte americano e do tradicional celeiro de música mais ousada: Chicago. Aquilo me intrigou e argumentei para o meu senhorio que deveríamos apostar naquele disco, mesmo que fosse só uma unidade e que se ninguém comprasse, eu compraria, pois algo me dizia que tinha algo especial no V5. Um conhecido meu foi na loja e eu ofereci o ítem recém chegado e lancei a proposta irrecusável: se ele não gostasse, receberia o dindico de volta, ou seja, disse que comprava de volta. Era a chance dele gostar e ter o prazer de conhecer algo novo e parar de ficar só nos ícones dos anos 60. Quando ouví a primeira faixa, foi um grande impacto, tinha a energia punk rock e o esmero e liberdade em grandes dimensões do free jazz. E a guitarra distorcida de Jeb Bishop (também trombonista), Ken Vandermark ao clarinete baixo soa tão desbravador quanto Eric Dolphy. O free jazz estava se renovando! Desde então este é um dos meus grupos favoritos e também iniciei um vínculo com o Vandermark e trocamos algumas palavras via net e duas vezes em pessoa. O V5 teve uma virada em 2006 com a mudança do line-up: sai a guitarra e trombone de Jeb Bishop e entra o violencelo de Frederick Lonberg-Holm. Isso trouxe uma nova perspectiva sonora ao V5 e confirmando o espírito desbravador do quinteto.
Em The Horse Jumps And The Ship Is Gone, o V5 atinge mais uma nova e impactante dimensão sonora com a colaboração inédita de piano e trompete. O sueco Magnus Broo traz um renovo no trompete na free music e o pianista norueguês Håvard Wiik também dá continuidade no avanço do amplo espectro sonoro deste instrumento que possibilita muitos caminhos. Clique na imagem para acessar o arquivo.
sexta-feira, dezembro 16, 2011
Montego Joe - !Arriba! Con Montego Joe (1964)
Roger Sanders nasceu na Jamaica e chegou nos E.U.A. em 1939 entre nove e dez anos de idade. Geralmente quando se fala sobre percussionistas no segmento do chamado jazz e Afro-Cuban music, lembra-se de Mongo Santamaria, Sabu Matinez, Willie Bobo, Candido, Machito, etc. Mas Montego Joe tem uma carreira de seis decadas que inclui nomes como Nina Simone, Dizzy Gillespie, Max Roach, Art Blakey, Fifth Dimension, etc., foi professor na Medgar Evers College e *Bedford Stuyvesant Restoration Corp (Youth Arts Academy). Com sua técnica apuradíssima, teve crucial importância para o desenvolvimento da percussão vinda da diáspora africana. Em Arriba!, Montego executa uma composição de Horace Silver, Too Much Sake, uma composição em parceria com o trompetista Leonard Goines chamada Maracatu. Sim, é isso mesmo, em 1964 já tinha músico "gringo" apreciando o ritmo nordestino, pra quem ainda pensa que o manguebeat é que revelou o maracatu ao mundo. Também conta com a presença de Eddie Gomez no contra-baixo, que gravou com o chato do Bill Evans (fãs, não se ofendam, é só uma brincadeira, take it easy) e vários músicos de free jazz. Agora se você souber quem está ao piano e na bateria e timbales, ganha um prêmio... mais informação musical! Inclusive um deles trilha por caminhos bem diferentes dos tempos com Montego Joe. Clique na imagem da capa do disco para acessar o arquivo.
*Bedford Stuyvesant é um bairro central do Brooklyn, New York. Foi cenário para o filme de Spike Lee, Do The Right Thing (Faça a Coisa Certa) e o seriado Everybody Hates Chris (Todo Mundo Odeia o Chris), ou seja, é o bairro Bed-Stuy
terça-feira, dezembro 13, 2011
Sabu Toyozumi e Abaetetuba (17/12/2011)
Sabu Toyozumi: bateria (Japão) se apresenta com membros do coletivo ABAETETUBA:
Rodrigo Montoya: shamisen,violão
Thomas Rohrer: rabeca,sax
Panda Gianfratti: percussão
Luiz Gubeissi: baixo acústico
b_arco | RUA DR. VIRGÍLIO DE CARVALHO PINTO, 426 - tel.:(11) 3081-6986
(entre Teodoro Sampaio e Arthur de Azevedo)
Entrada R$10,00.
Obs.: o concerto começa no horário marcado.
New Order - Substance II (1989)
*ps: Lembrando que minha conta no mediafire foi bloqueada por violação de direitos autorais, mas no final de tudo se trata do vil dinheiro, como se o Sonorica estivesse lucrando com isso. Quem tiver interesse, mande uma mensagem, podemos refazer o link. Obrigado
Remembering that my account was blocked by mediafire copyright infringement, but in the end it's all about the vile money, as if the Sonorica was profiting from it. Those interested, send a message, we can redo the link. thank you
quarta-feira, dezembro 07, 2011
Sabu - Message To Chicago (1974)
O baterista Sabu Toyozumi vem atuando na música livre desde os anos 70 e para quem não sabe, se associou à famosa AACM de Chicago em seus primórdios. Pois é, não é só de Art Ensemble Of Chicago que a AACM vive.
Aproveitando a curta temporada de Sabu Toyozumi em São Paulo, que realizou um workshop nesta última terça-feira no centro Cultural São Paulo e se apresenta nesta quarta-feira em um duo com Antonio Panda Gianfratti no mesmo local às 21:00h com entrada franca e na sexta-feira dia 09/12 no Espaço Serralheria às 23:00h, aqui vai uma pequena fração da arte de Sabu registrada, que inclusive executa composições de Roscoe Mitchell e Malachi Favors do AEOC. Clique na imagem para acessar o arquivo e conhecer um pouco mais do cenário free jazz japonês e instigar mais ainda o interesse por este estilo de música ousada que circula pelo mundo sem fronteiras.
segunda-feira, dezembro 05, 2011
Redline - Takeshi Koike (2009) special trailer version
Dirigido por Takeshi Koike, história original de Katsuhito Ishii e produzido pelo Madhouse Studio.
Amsterdam invade São Paulo (13,14,16,17/12/2011)
Improvisação Livre na Serralheria (09/12/2011)
Rua Guaicurus, #857 - Lapa, São Paulo às 23:00h
sábado, dezembro 03, 2011
Sabu Toyozumi (Japão) no Centro Cultural São Paulo (07/12/2011)
quinta-feira, dezembro 01, 2011
Hard As Hell! Rap's Next Generation V/A (1987)
* Anteriormente foi lançado a compilação Def Beats 1 também produzido por Simon Harris
segunda-feira, novembro 28, 2011
S.O.S. ARTESANATO DE SP (Feirinha da Teodoro Sampaio)
Isso faz parte do padrão arquitetado para as pessoas se confinarem em verdadeiros currais humanos, sejam shopping centers ou na própria residência, comendo a ração disponível para alimentarem a manjada máquina do sistema capitalista e proporcionar a vida suntuosa de um milésimo da população(no caso) paulistana.
A ausência de raízes e tradição do brasileiro em incluir a cultura, a arte em seu dia a dia, afeta diretamente o artesão, pois para o brasileiro contemporâneo de todas as classes, não há interesse real em consumir arte e produtos artesanais.
Para não me estender às raízes do problema, que iria em direção de patamares filosóficos e espirituais, temos um problema irreversível no âmbito político, social e econômico.
Já abordei a condição sinistra que envolve o cartel da associação dos "amigos" da Benedito. Aquilo é um caso perdido, ou melhor, um caso de polícia. Especificamente ao grupo de artesãos da Feirinha da Teodoro, além do que um dos articuladores fundamentais e artesão Vanderlei Prado tem exposto no seu blog Wanderart, existe uma pequena questão que eu gostaria de abordar aqui. Infelizmente no meio deste distinto grupo de artesãos dignos de seu ofício, se infiltraram alguns que deturpam a concepção do artesanato. Como? Vendem produtos industrializados e até os "piratas"(termo em voga no comércio). Com a justificativa de precisarem levar o pão à mesa, os filhos, o aluguel, a sobrevivência, praticam a contravenção. Também não vou dar espaço maior à esta questão, pois aqui não é a hora e nem lugar para isso, mas concluindo, os fins não justificam os meios. Outros mancham a imagem do artesão à um hippie sujo drogado com pouco interesse em ser útil e "levar a vida na flauta". Imagine um sábado com a família e você passa pela rua para apreciar o artesanato e comprá-lo e depara com expositores consumindo alcool sem bom senso (isto é, já se embriagando) na frente de crianças e alguns consumindo substâncias entorpecentes. Qual é a imagem que vai ficar? Não, nem pense em afirmar que sou um moralista equivocado, pois nem em Amsterdam onde é possível usufruir de certas liberdades, pois a maioria da população holandesa tem educação e bom senso para isso, se vê certas atitudes que ocorrem por aqui, onde é crime ou contravenção. A liberdade usada sem sabedoria se torna a corda da forca do indivíduo.
Este pequeno apêndice é mais uma arma que os interessados em exterminar a saudável pluraridade cultural da região usam à seu favor. Se faz necessário separar o joio do trigo, para que não haja brechas para o inimigo se infiltrar. É uma luta digna, mas permeada de injustiça e os artesãos são como o pequeno pássaro que leva água em seu bico para apagar o incêndio na floresta. Sei também que é extremamente tentador perder o controle e partir para o confronto, mas isso tem um alto custo que vale à pena parar, respirar e refletir, pois as contas e a despensa não são lá muito de esperar.
Como cidadão e morador do bairro, eu apoio os artesãos da Feirinha da Teodoro e peço perdão por não poder contribuir efetivamente nesta contenda. Como cristão convicto, peço que mantenham a perseverança pelo caminho justo, mesmo que tudo pareça sem uma solução justa. As vezes, o que parece perdido, na verdade é um passo para uma conquista muito melhor do que a almejada. Continuem a luta sempre seguindo o que é justo perante Deus e a sociedade e creio que poderão se alegrar com as novas conquistas e principalmente lembrar de que fizeram algo digno sem ter do que se envergonhar.
sexta-feira, novembro 25, 2011
Sabu Toyozumi em São Paulo
quarta-feira, novembro 23, 2011
Jingo De Lunch - Cursed Earth ep (1988)
segunda-feira, novembro 21, 2011
Let me free! Let me free!! ...and do not bother me.
segunda-feira, novembro 14, 2011
Série de Encontros de Improvisação Livre - 26/11/2011
Sábado, dia 26/11 às 19h
Teatro da Garagem
Rua Silveira Rodrigues, #331 - Lapa, São Paulo, SP
tel.: 9122 8696
-Apresentação da peça teatral às 19:00h - ingresso R$10,00;
sábado, novembro 05, 2011
Antes que mais um ano se encerre, vou logo esclarecendo (once again...)
sexta-feira, outubro 28, 2011
Balanço geral do 2o. Festival Internacional ABAETETUBA de Improvisação Livre
Bem, como foi relatado pela midia digital independente, podemos desfrutar de música de qualidade durante o ano de 2011, num país onde este tipo de manifestação cultural é uma regalia e até uma afronta (não quer dizer que isso seja uma ação ruim de quem está envolvido) a uma realidade deprimente de um país que está cego por seu orgulho e não enxerga o caos instaurado em todos os âmbitos do país.
As oficinas ou workshops que ocorreram no Centro Cultural São Paulo, tiveram a louvável intensão de abrir portas para a música livre, quebrar conceitos e pré-conceitos equivocados sobre a improvisação livre, tornar acessível ao público em geral (apresentações internacionais gratuitas), formar novos improvisadores, semear esta bela forma de arte num terreno fértil mas em território extremamente hostil.
Como este tipo de semeadura não depende de engenharia e tecnologia em agronomia, ciência e precisão, mas justamente imprevisibilidade, os frutos colhidos não correspondem às projeções, mesmo que sendo feitas com um parâmetro racional e realista.
Estive presente durante este processo, o que me autoriza fazer uma análise empírica sobre o assunto. Sim, felizmente houveram pontos positivos com estes eventos, muitas barreiras foram quebradas e alguns objetivos foram conquistados. Na questão da semedura para uma posterior formação de novos improvisadores, não ocorreu o idealizado e isso não quer dizer que a safra foi inteiramente perdida, mas os pontos negativos foram dominantes, infelizmente.
Muitos participantes não vieram desarmados de seus próprios conceitos e não abriram mão deles para poder absorver melhor as novas perspectivas ministradas durante as oficinas. Sim, ouve um certo frenesi por participar de um workshop com músicos de outros países com trabalho consolidado no cenário de improvisação livre mundial. Isso gerou uma empáfia da parte de vários participantes, que em casos mais severos, se auto denominaram improvisadores capacitados apenas com uma oficina. Uns colocaram confiaram em seus currículos acadêmicos e profissionais, mas que não encontram lugar comum com a essência da improvisação livre, outros na estultícia de confundirem o amplo campo da liberdade com o caos, anarquismo sonoro infundado e sem propósito, numa espécie de vale tudo, vale qualquer coisa, qualquer nota, no pior sentido destas expressões populares.
Alguém pode discordar do que escrevi até agora se por acaso dispor de tempo para ler este simples artigo, neste pequeno weblog, entre milhões de blogs na web, afinal temos todos nós, o livre arbítrio. Mas saiba que tudo isto foi testemunhado em campo e e tempo real, isento de opiniões e paixões pessoais, o conteúdo é meramente jornalístico no sentido de divulgar, publicar e informar dados e notícias na atividade de comunicações, nem mais, nem menos.
E isso tudo faz parte do processo natural, como o garimpo. Quantas toneladas de outras substâncias são peneiradas para encontrar poucos gramas de ouro?
*ps.: Reconhecimento e mérito ao Abaetetuba, Antonio "Panda" Gianfratti e Rodrigo Montoya, que tenho a honra de ter como amigos.
quarta-feira, outubro 26, 2011
New Order – Blue Monday 12" single (1983)
1. Os arranjos de Dirty Talk, de Klein + M.B.O., um grupo italiano de post-disco;
2. As linhas de baixo com oitavas de You Make Me Feel (Mighty Real), clássico de Sylvester;
3. O beat house de Our Love, de Donna Summer;
4. Um sampler de Uranium, Kraftwerk, do album the Radio-Activity.
A famosa introdução com o som de bumbo de bateria foi programada em uma Oberheim DMX drum machine, a linha de baixo por Hook num Moog Source, sequenciada por Sumner num Powertran Sequencer construído por ele mesmo.
Blue Monday não é só um clássico das pistas de dança, como também um divisor de águas no estilo, que revolucionou a música eletrônica mundial e seus efeitos permanecem até hoje. E é claro, Blue Monday é demais! Clique na imagem da capa para acessar o arquivo, pois isto também é história.
segunda-feira, outubro 24, 2011
Drinking and Driving and KILL!!!
VALEU MESMO SEUS BÊBADOS, VALEU! "AH, MAS QUANDO EU BEBO EU NÃO INCOMODO NINGUÉM, SE FAÇO MAL, É SÓ A MIM MESMO, EU E MEU FÍGADO...". TÁ BOM... VOCÊ BEBE EM CASA SOZINHO? NÃO? ENTÃO VOCÊ INCOMODA ALGUÉM SIM. "AH, MAS QUANDO EU BEBO, NEM CHEGO PERTO DE UM CARRO PARA DIRIGIR, FICO BÊBADO COM RESPONSABILIDADE...".
COMO É MAIS DO QUE ÓBVIO O QUE UM ÉBRIO FAZ AO VOLANTE, VAMOS AOS MANGUACEIROS PEDESTRES:
1. MUITAS VEZES URINA E VOMITA EM VIAS PÚBLICAS;
2. MUITAS VEZES SAI CANTAROLANDO E FALANDO ALTO NO MEIO DA MADRUGADA INCOMODANDO OS VIZINHOS (IMAGINA A SUA MÃE TENTANDO DORMIR...);
3. MUITAS VEZES SE ENVOLVE EM BRIGAS E TUMULTOS;
4. SUJA AS VIAS PÚBLICAS JOGANDO LATAS E GARRAFAS (MUITAS VEZES ARREMESSAM GARRAFAS DE VIDRO QUE SE TRANSFORMAM EM ARMADILHAS PARA OUTROS TRANSEUNTES, QUE PODEM SE FERIR COM OS FRAGMENTOS CORTANTES DE VIDRO QUEBRADO);
5. SE TEM FAMÍLIA, DÁ UM PÉSSIMO EXEMPLO AOS FILHOS E DORES DE CABEÇA AO CONJUGE, CHEGANDO A ESPANCAR ESPOSA E FILHOS.
E POR AÍ SEGUE UMA LISTA ENORME DE PREJÚS QUE UM BEBUM PODE CAUSAR.
AGORA, SE VOCÊ CONSUMIDOR ETÍLICO CONVICTO, TEM A CONVICÇÃO, A CERTEZA ABSOLUTA DE QUE NUNCA CAUSOU E NUNCA CAUSARÁ PROBLEMAS PARA NINGUÉM, ALÉM DE VOCÊ MESMO, COLOCA O PLAY DO RATOS DE PORÃO, COPÃO EM PUNHOS E BRADE COM TODAS AS SUAS FORÇAS:
"Beber até morrer, essa é a solução, o tédio lhe domina a vida não dá tesão, mas outro porre desse você nunca vai esquecer, que o fígado é só seu e de mais ninguém!!!"
+ps.: UMA PÁ DE GENTE MORREU ESTA ÚLTIMA SEMANA DE NOVO, POR CONTA DE BÊBADOS AO VOLANTE.
domingo, outubro 23, 2011
Malcolm McLaren - Buffalo Gals 12" (1982)
E Malcolm McLaren foi o responsável por articular o hiphop no Reino Unido que rendeu bons frutos (vide os artístas da célebre coletânea Hard As Hell! de Simon Harris, que pretendo abordar num futuro post).
O hiphop chegou ao Brasil até que quase simultânea com a sua concepção original, com um delay de no máximo 2 anos, se bem que para certos movimentos culturais, isso pode ser tempo demais, mas como o hiphop se consolidou e rompeu a virada do século e predomina globalmente com grande força até os dias de hoje, os 2 anos de "atraso"não comprometeram.
Me lembro de estar no 5º ano do ginásio, com onze anos de idade e o hiphop ganhou projeção nacional com o breakdance, com o moonwalk de Michael Jackson, a estréia do video clip Street Dance do grupo Break Machine num notório enlatado televisivo dominical e posteriormente numa vinheta de abertura de uma novela (soup opera) no tal "horário nobre". Até participei de um concurso de grupos de breakdance no colégio, usando os típicos trajes de esporte, boné, luva, óculos escuro e tal. Não usavamos os termos b-boy, turntablelist, etc, era tudo mais inocente, com pouca informação. Nem o termo rap era lá muito usado. Os nomes conhecidos eram o de Kurtis Blow, Kool Moe Dee, Whodini, Zapp, o tal do "funk falado", Chic Show. Ainda não se falava do Run DMC, Public Enemy.
Quem curtiu os primórdios do hiphop e se contorceu nos movimentos do break, com certeza teve como uma das trilhas sonoras essenciais, a música Buffalo Gals de McLaren. Clique na imagem para acessar o arquivo e relembrar, redescobrir, pois isso é história.
segunda-feira, outubro 17, 2011
A tal da improvisação livre
Então no final desta primeira década, tivemos a alegria de prestigiar expoentes importantes e contemporâneos da improvisação livre mundial, como Hans Koch, Phil Minton, Veryan Weston, Han Bennink, Marcio Mattos, Ken Vandermark, Mark Sanders, Trevor Watts, Ab Baars entre outros e o mais importante, de forma totalmente acessível. Não se iluda com os eventos do sesc, pois existem vários parênteses e não foi lá tão acessível prestigiar Peter Brötzmann, Ornette Coleman e membros da AACM nas unidades da corporação (mas esta é uma outra, digo, outra história, se é que me entende...). Aliás me recordo da arapuca armada para o trio de Bennink no sesc com um certo conjunto musical local, que segundo o próprio Bennink, prefere esquecer que aquilo aconteceu, mas não alterou o seu amor pelo Brasil (isso posso falar com toda a certeza, pois ouvi dele pessoalmente quando estive em sua pátria). Além de performances, foram e continuam sendo ministradas oficinas (se acha mais "chic", tem o termo workshop) totalmente gratuitas e acessíveis com vários destes artistas, que são geradoras dos tais frutos destes esforços pela música pura e simples. E este é o ponto crucial e motivador desta nota (ou post, enfim).
Podemos realmente considerar que o marco inicial e até oficial documentado na improvisação livre no Brasil está no cd lançado de forma independente, o Liberdade - duo Antonio Panda Gianfratti e Yedo Gibson (2003). A história é tão recente, que em 2006, quando Phil Minton se apresentou em São Paulo, pouquíssimas pessoas compareceram ao concerto gratuito e a maioria nem tomou conhecimento ou o mínimo de interesse por esta forma de arte que vem se desenvolvendo à decadas. Não meu caro, sem desculpas, pois já estavamos vivendo o conforto, rapidez, facilidade e acessibilidade proporcionada pela world wide web e suas ferramentas, como os blogs, sites de música e músicos, sites de busca, de video streaming, radio streaming, enfim, nego não tava nem aí pra isso. Fora que já temos um histórico de contato com uma música mais ousada (mesmo que de forma muito menos acessível), como por exemplo John Zorn no free jazz festival de 1989 e o Lounge Lizards em 1988. Mais recentemente também tivemos o grupo do guitarrista francês Claude Barthélémy em 2009 de forma completamente acessível ao público em geral, nas costumeiras segundas na unidade do sesc da av. Paulista, onde o público fiel era praticamente o mesmo, com baixíssima audiência mais jovem, que era composta por estudantes de música e alguns eventuais transeuntes com horário disponível. Realmente quase ninguém dava atenção ao nicho que inclue o chamado free jazz, free music, free improvisation ou até o duvidoso rótulo de avant-garde.
O que mais me "assusta" nisso, é que mesmo a maioria das pessoas que tem oportunidade e acesso à informação e cultura desta provincia travestida de megalópole, tem uma pedância de uma suposta aquisição de detenção de cultura completamente deficiente e distorcida em todos os sentidos, na esmagadora maioria das vezes agindo abominavelmente como as cortes reais de séculos passados, com muita pompa, peruca, maquiagem, "sangue azul", mas internamente corroídos por toda sorte de doenças (não só no sentido clínico). E qual o vínculo disto com os frutos da improvisação livre em São Paulo? Logo concluo a questão.
Quem já passou da faixa etária dos 30 anos de idade, possivelmente já ouviu falar da tal Generation X, se esteve ligado aos movimentos artísticos dos anos 80, do underground. Depois denominaram a Generation Y, infectada com a repugnante e nociva ideologia neo- liberalista. E hoje presenciamos o que obviamente se chama de Generation Z, composta de uma juventude com "a faca e o queijo na mão", ou seja, acesso quase que total à todo tipo de informação em velocidade digital, volume incalculável de dados, interligados simultaneamente em todo globo terrestre pela internet. Mas como um computador, que pode armazenar terabytes de dados, trabalhar em altíssima velocidade com processadores de multiplos núcleos refrigerados à nitrogênio, softwares intuitivos e altamente desenvolvidos, soa morto como um vil pedaço de metal (talvez silicio seja o termo mais adequado), se não tiver um operador (usuário) experiente.
Are You Experienced? Jimi Hendrix indagava a questão numa época analógica em que não existiam "maçãs" e nem "janelas" e tanto Bill Gates quanto Steve Jobs nem tinham espinhas no rosto. Mas afinal, o que isso tudo tem haver com improvisação livre?
Eu creio que para uma pessoa com o mínimo de entendimento, tudo que está escrito até aqui, pode ser compreendido com esta conclusão:
Para não pecar em minhas palavras e ser interpretado de maneira equivocada, vou me colocar como um elemento meramente ilustrativo. Mesmo eu tendo iniciado em 1994 minhas pesquisas no terreno da música mais ousada e livre, tanto por dados teóricos, jornalísticos, documentais, aliados à experiência em campo, ou seja, na prática, tendo o privilégio de aprender e trocar experências com o Panda e até recentemente com os membros da Dutch Impro Academy e participantes de diversos países e qualidades únicas, mesmo tendo um diploma com a assinatura de Han Bennink me testificando como improvisador capacitado além de sua aprovação pessoal em nossas breves sessões, ainda me considero no continuo processo de aprendizado, e isso de maneira alguma é falsa modéstia (meu Deus, que sonda mentes e corações, sabe disto). Isso sem contar com as oficinas que participei por conta do Centro Cultural São Paulo (mais uma vez muito obrigado, Panda e Juliano, que Jesus os abençoe!), ainda me mantenho e me esforçarei para assim permanecer até o fim, com esta postura de aprender continuamente e me sentiria extremamente desconfortável e equivocado, achando que meia dúzia de workshops me fariam um bona fide improviser e muito menos apto a ministrar workshops por aí.
Quem tem ouvidos, ouça, quem tem entendimento, bem, nuff said!
quarta-feira, outubro 05, 2011
Buddy Rich – Very Live At Buddy's Place (1974)
Não tem como excluir Buddy Rich quando se fala de bateria e isso abrange um todo, não apenas um baterista de swing e jazz. Buddy não é o pioneiro, mas um músico que fez a diferença, atravessou décadas e obviamente fez escola. Muito já se documentou sobre ele, já não é mais necessário dizer sobre sua incrível técnica, sentimento, as "drum battles" ao lado de Gene Krupa, Max Roach, etc. Simplesmente Buddy estreou em público em 1921 e sua carreira no jazz se deu em 1937. Todos os rudimentos de bateria estão nele, sua técnica impecável muitas vezes é interpretada de forma equivocada, principalmente por músicos, professores de bateria (turminha Teodoro Sampaio), que apenas conseguem focar de forma distocida o virtuosismo em um instrumento musical. Por conta disso, principalmente em São Paulo (existe isso no mundo inteiro, mas como sou de SP, posso relatar com mais autoridade), onde se criou um padrão de bateristas que primam pela técnica apenas, deixando a arte de lado, a alma na música, a criatividade. "Where are the soul drummers?" Hoje em dia não sinto a menor vontade de assistir à uma jazz gig em São Paulo pelo simples fato de me deparar com simulacros sem a menor personalidade, tentando emular os tempos de Birdland ou Village Vanguard e ainda de forma muito, mas muito equivocada. Certa vez eu assisti um video em homenagem à Art Blakey e seus Jazz Messengers e foi deprimente. Técnicamente, não é tão complexo desvendar o estilo de Blakey, mas é óbvio que isso não tem importância, pois o que é maravilhoso no drumming dele, é o seu sentimento, a respiração dos tambores e o falar dos pratos. Mas enfim, vamos falar de Buddy Rich.
Muitos o vêem como exibicionista, etc. De certa forma ele tem um pouco disso por conta de suas raízes artísticas de berço, o teatro vaudeville, a tradição do conceito espetáculo norte americano, de show man. Mas deve se lembrar que Buddy abandonou o vaudeville à contra-gosto de seu pai, por querer ser baterista de jazz, numa época em que tal estilo não era visto com bons olhos pela sociedade. O restante já está muito bem documentado em livros, videos, etc.
Buddy lutou para formar a sua própria big band, colocando a bateria como líder, como fizera Krupa, Chick Webb, etc. Eu particularmente não sou muito apreciador de swing bands, como é a maioria das gravações de Buddy Rich, mas isso não quer dizer que seja ruim. Rich em formações menores é brilhante, desde os tempos do chamado bebop até as gravações em que se incorporou o soul, funk e rock. Para quem nunca ouviu, Buddy tocando funk é tão dançante quanto os bateristas do JB's. Na versão de Chameleon em Very Live At Buddy's Place, composta por Herbie Hancock e seu famoso grupo Headhunters, podemos comprovar isso e ainda conta com a participação do baixista Anthony Jackson. A sessão ainda inclui os clássicos como Jumpin' At The Woodside e Billy's Bounce. Não há mais o que dizer e mais uma vez, a música fala por si só. Clique na imagem da capa do disco para acessar o arquivo.
sábado, outubro 01, 2011
2o. Festival Internacional ABAETETUBA de Improvisação Livre musical no Centro Cultural de SP (22 e 23/10/2011)
O CENTRO CULTURAL de SÃO PAULO reedita este ano através de sua segunda edição:
o Festival Internacional de Improvisação Livre musical que leva o nome do coletivo paulista "ABAETETUBA" representante a alguns anos desta vertente musical no cenário internacional tendo se apresentado em importantes Festivais e espaços culturais de renome, tanto coletivamente quanto individualmente.
Além da idealização deste evento , os seus membros atuam como curadores e concertistas deste Festival, no Brasil estão
Antonio Panda Gianfratti, Rodrigo Montoya, Thomas Rohrer e Luiz Gabriel Gubeiss na Europa Yedo Gibson e Renato Ferreira
na Holanda e Marcio Mattos na Inglaterra, para maiores informações é só colocar os nomes no Google:
as informações completas constarão no site coletivo do CCSP a partir de 01 de Outubro de 2011
segue abaixo link para inscrições das oficinas que serão ministradas gratuitamente pelos musicos convidados que virão da Europa para se juntar ao coletivo Abaetetuba são eles renomados improvisadores mundiais:
Hans Koch - Marcio Mattos - John Russell - Javier Carmona
Todas as atividades do Festival serão GRATUITAS
Se vc é musico e se interessar em conhecer a Improvisação Livre musical, esta é uma grande oportunidade de vc conhecer o que ha de melhor nesta area da musica contemporânea, passe a informação a colegas musicos.
Para inscrever-se nas oficinas, é só acessar: http://www.centrocultural.sp.gov.br/programacao_cursoseoficinas.asp#improvisacao
Se vc for apenas expectador, pesquisador ou interessado em conhecer de fato esta forma de musica que ja existe na Europa e no resto do mundo a pelo menos 40 anos, será uma grande oportunidade que não deverá perder, apreciará improvisadores que estão entre os melhores do mundo, e os concertos serão GRATUITOS
22 de outubro às 20:00h e 23 de outubro às 19:00h
02 dias de concertos com varias formações e todos juntos no palco no final.
Mais informações: http://www.fiil2011.blogspot.com/
quarta-feira, setembro 28, 2011
sexta-feira, setembro 23, 2011
S.O.B. - Osaka Mon Amour ep (1988)
S.O.B.: Sabotage Organized Barbarian, formado em Osaka, Japão, em 1983 e ainda em atividade. Em curtas palavras, como o estilo: Os pioneiros precursores do grindcore thrashcore, ao lado de Napalm Death, Terrorizer, etc. O título é uma declaração de amor à sua terrinha natal. Clique na imagem para acessar o arquivo e ouça com ternura.
segunda-feira, setembro 19, 2011
sexta-feira, setembro 16, 2011
PLAY 2011 - Dutch Impro Academy (film by Garry Checora)
Garry Checora, percussionista de Vancouver, Canada, captou parte do que foi a semana com os participantes do PLAY 2011 com a Dutch Impro Academy. Foi um grande prazer conviver com ele e sua música, muito obrigado Garry! (Checora Garry, percussionist Vancouver, Canada, part of which was captured the week with the participants of 2011 with the Dutch PLAY Impro Academy. It was a great pleasure to live with him and his music, thank you Garry!)
terça-feira, setembro 06, 2011
Um zé ninguém em Amsterdam (a john doe in the Netherlands)
Quando fiz a inscrição para o PLAY, promovido pela Dutch Impro Academy, sinceramente não avistava grandes possibilidades de participar pelos meus próprios recursos, pois era necessário desembolsar € 950 pelo curso, fora passagem aérea, passaporte, seguro de viagem, etc, sendo que não tenho dindico nem para ir ao Paraguai. Mas o Marcio me incentivou, minha noiva também e assim o fiz. Então eu falei que se fosse a vontade de Deus, eu iria. YHWH Jireh (יהוהידח) = Deus proverá, foi o que Abraão disse e eu também. Enviei a ficha e até fiz pedido de passaporte, mas não concluí, pois não tinha grana para pagar a taxa. Praticamente quase uma semana antes do início do PLAY, eu já não pensava mais sobre o assunto e chega o e-mail de Susanna von Cannon, manager da ICP e DIA dizendo que fui selecionado para participar e não precisava me preocupar com as despesas... Aleluia! Glória a Deus! E não parou por aí. Chegando no check in do aeroporto de Guarulhos com uma grande fila, tinha que acertar a minha conexão, pois faria uma escala em Paris. Então a atendente me olhou e do nada disse que daria um jeito para me encaixar no vôo direto e em menos de 2 minutos foi feito. Sorte? Francamente, isso não rola, é a mesma coisa que acreditar que dá azar quebrar um espelho... Yedo, irmão de Marcio, nos recebeu no aeroporto de Schiphol, num belo e ensolarado domingo e sua companheira Sandra, nos preparou um maravilhoso almoço. À noite fomos ao primeiro encontro com o staff da DIA e os participantes do PLAY no restaurante CousCous Club onde me deliciei com um legítimo couscous marroquino de cordeiro e uma torta com creme, que foi uma covardia. Todas as noites íamos à um restaurante diferente, como o de culinária etíope e chinesa com influência indonésia. Han Bennink, Mary Oliver, Eric Boeren, Anne La berge, Wolter Wierbos e Bart Van Der Putten nos presentearam com uma maravilhosa sessão de improvisação alí mesmo. Conversamos com Han e Mary sobre muitos assuntos, aliás, música foi o assunto menos abordado nesta semana. Os dias eram corridos, com sessões de improvisação totalmente livre com os professores e entre os participantes, em diversas combinações, das 10h às 17h diariamente. A minha surpresa foi participar de 4 apresentações de quarta à sábado em diferentes locais, pois imaginava algo como os workshops no Centro Cultural São Paulo, onde o resultado era apresentado em uma apresentação no fim das atividades. A primeira foi no Zaal 100, o "quartel general" da improvisação holandesa, localizado num típico prédio da cidade e muito acolhedor, com um certo clima de underground. No dia seguinte, foi no Steim, um centro de pesquisa e desenvolvimento de música ligada à eletrônica, num prédio em frente à um típico canal com barcos e casas-barco ancorados em frente. Na sexta nos apresentamos no imponente Bimhuis, sempre em 2 sets com diversas formações menores e no fim de cada set com todos os participantes. O encerramento foi no Zomer Jazz Fiets Tour, na província de Groningen, à cerca de 3h de Amsterdam. O local parecia uma ilustração de um livro de fábulas infantis, com pequenas casas de tijolos, belos jardins floridos, moinhos, vacas, cabras e grama verde. O interessante do Zomer era o formato do festival, onde várias apresentações ocorriam de forma simultânea em diferentes "bairros" que eram percorridos de bicicleta. Talvez pareça estranho eu não comentar sobre a música, improvisação livre, a experiência de tocar e conviver com grandes artístas, pois isso pode ser traduzido de uma forma muito mais eficaz, como um audio streaming ou video, que pretendo publicar aqui assim que possível. O que realmente foi valioso para mim em particular, foi conviver com pessoas de diferentes culturas e países, onde o amor à arte nos uniu em uma só voz, onde o ego foi dissolvido em uma maravilhosa comunhão, onde todos contribuiram servindo e recebendo, com sinceridade e alegria. Um fato que ocorreu no jardim de uma casa que servia de restaurante para os músicos participantes do Zomer, foi eu, um completo desconhecido estar sentado à mesa com pessoas como Han Bennink, Mary Oliver, Tristan Honsinger, Axel Dörner, conversando de maneira natural sobre diversos assuntos, como a realidade político-econômica brasileira, enquanto desfrutávamos de uma bela refeição. Em nenhum momento me senti estar conversando com uma "lenda do jazz" ou coisa parecida e em nenhum momento estes grandes músicos se portaram de tal forma. Naquele momento, o que importava era uma agradável coversa de fim de tarde entre colegas, simplesmente pessoas. Ainda no fim do festival encontrei meu amigo Ken Vandermark, que participou com o The Ex e Mats Gustafsson. Eu quase coloquei minha cabeça debaixo da terra de vergonha quando o Han Bennink me elogiava para Tristan Honsinger. Han precisava fazer média comigo? De maneira nenhuma, aquilo veio do coração, sincero. "Oh, eu toquei com o Han Bennink, ele e os músicos da Dutch Impro Academy me elogiaram..." Quer saber? Isso é o que menos importa. O tesouro mais precioso que ganhei em Amsterdam foi participar na formação de uma família em torno da música e laços de amizade que superaram barreiras, distância geográfica e diferença cultural.
Eu agradeço de todo meu coração à Deus por tudo isso e as seguintes pessoas que jamais esquecerei e tive a honra e prazer de conviver nesta intensa semana em Amsterdam:
Participantes: Garry Checora (Canada - drums), Aviva Endean (Australia - bass clarinet), Kay Fischer (Germany - sax, flute, clarinet), Michael Foster (USA - tenor sax), Andreas Fulgosi (Switzerland - guitar), Luiz Eduardo Galvão (Brasil - electric guitar), Marcio Novais Gibson (Brasil - drums), Thiago Salas Gomes (Brasil - acoustic guitar), Marie Guilleray (France - vocals, electronics), George Hadow (UK - drums), Romulo Alexis Ignacio (Brasil - trumpet), Paul Landsberg (Canada - guitar, bass), Reza Mortazavi (Iran - composer, piano), Celio Vasconcellos (Germany - wavedrum, laptop), Dianne Verdonk (the Netherlands - cello, double bass), Laurens van der Wee (the Netherlands - mixer, electronics)
Professores: Han Bennink, Mary Oliver, Eric Boeren, Anne La berge, Wolter Wierbos e Bart Van Der Putten.
Susanna von Canon (and Louis & Clark), Babette Greiner, Ron Ruiten, Marc Schots, Yedo Gibson e Sandra, ao funcionário paquistanês da loja de souvenirs, ao pessoal do restaurante CousCous Club e Queen Of Sheba, o pessoal do Conservatoruim van Amsterdam e BarBoon, Steim, Zaal 100, Zomer e Bimhuis, Avenal Marques, Antonio Gianfratti, Silvia Heloisa, meus pais.